Humphrey Lyttelton Club Bulletin, n°4, vol.5

 The first problem that arises when one begins to learn the Jazz are the teachers. Embryonic trumpeters often ask me: "Should I have a classical teacher?" And that is a difficult question to answer. It is dangerous that someone starts to engage in an instrument without any kind of instruction. In either case you may be able to escape without injury. But overall learning by themselves do it the wrong way and pick up disastrous habits that they can not discard. On the other hand, an orthodox teacher teaches the orthodox method of playing - which is almost needless to say, is quite different from the method of Jazz. Will soon begin to teach to read music. And though such a knowledge of interest to a Jazz musician, is not essential. It may even be an obstacle if perhaps it gives too much importance. A Jazz musician should be able to improvise. Must be able to recognize the melodies by ear, memorize them and play them on your instrument without the aid of written music. If this becomes dependent on music written before it developed his ear and talent for improvisation (if any), it is natural to find that you can not play without notes stuck to his face. And that's the kiss of death for possible Jazz musician. Also the orthodox teacher will insist on a orthodox technique - pure tone without vibrato, with precision, etc.. If the pupil shakes up the instrument and play a fast vibrato in Louis Armstrong style, will receive a warning - the same will happen if it begins to growl like Pee Wee Russell or Sam Nanton Tricky.
Jazz is Jazz and the orthodox music is orthodox music . Never the two shall meet. So fellows, learn Jazz by working orthodox technique first is like trying to learn French by a Russian grammar. Unfortunately there are no teachers of Jazz - they are all still in the learning phase. There are some who teach execution in dance orchestra, of course - but does not learn much from them.
And so what remains to do? Well, to learn an instrument or starting an orchestra, there is an essential basis to both: a gramophone and a good collection of Jazz discs. Through this resource should be put on the head the sound of Jazz before whatever. It's the only way we have to learn Jazz. Not worth studying papers of music because none of the essential elements of Jazz - Hot tone, vibrato, blue notes, etc.. - can be transmitted in writing. On the most obvious reasons you can not learn by a book. The music of Jazz is played by ear - and should be learned by ear ...

Let me give you some practical suggestions:
1. Listen to Jazz as much as possible in the discs and slip the sound into the head;


2. If you are starting with an instrument, learn the rudiments of breath or strum, or with a teacher or with a printed book. If a teacher does not let him play to distract the teaching of orthodoxy - all you need is know the proper way to blow the instrument and strum the notes;


3. Soon they can scrape a tune on the instrument, began playing Jazz - catch you listening to your record collection and try to get them on the instrument, keeping in mind the tone and phrasing of Jazz. Play a disk in a easy tone and start to collaborate on it - you'll make an awful noise and the whole family will be mad, but do not let something as insignificant discourage you;


4. When you want to form an orquetra, make its first experimental tests on around a disc. Every musician should study the part that your instrument plays together and learn to play it alone and by ear. Do not be afraid to imitate. Take bits of whole sets of discs and copy them note for note, instrument by instrument. Then try a tune alone, applying the same principles. How to learn a tune? There is only one way - by ear again. The trumpet player should be able to play the melody ready by memory, applying its own phrasing and variations. The trombonist must develop an ear for harmony, in order to play the low notes correctly. And the clarinet should combine a feeling for melody and harmony so that it can weave a melody around the independent lead trumpet without colliding with it, and so on. Each instrument in a Jazz orchestra has a role to play - and that role is in the recordings of the great orchestras of the present and past. A final stark warning: If, after persistent attempts, you discover that have not the talent to catch the melody by ear, I doubt that its ambitions for Jazz musicians to resist this death sentence: There is no alternative method - the improvisation, the art of playing by ear, to make their music as they walk is the beginning and the end of Jazz.

(Humphrey Lyttelton Club Bulletin, n°4, vol.5)


"I just do not lock me in a music room with my piano, and spend two months playing Chopin, to say that I can play his works. It takes years of practice. So I think it funny when I read that a musician has decided to swerve and went on to play Jazz, only one hour to another. He was not anywhere, just tricked the unsuspecting people that now he plays Jazz. - OSCAR PETERSON


"Most jazz musicians modify the basic sound of an instrument." - GIL EVANS


"Music is your experience, your thoughts, your wisdom. If you don't live it, it won't come out of your horn." - CHARLIE PARKER

"I have been doing music all my life so everyday when I get up I expect music will be part of it." - GEORGE BENSON

"The most important thing I look for in a musician is whether he knows how to listen." - DUKE ELLINGTON

"Keep searching for that sound you hear in your head until it becomes a reality." - BILL EVANS

"A great teacher stimulates his student's creativity enough so that they go out and find the answers themselves." - HERBIE HANCOCK

"Improvisation is only one of the elements of jazz, which includes sounds, timbres, melody, rhythm and phrasing specific. Jazz requires experience, long practice, familiarity and continued dedication." - AUGUSTO SENNA




- Humphrey Lyttelton Club Bulletin, n°4, vol.5:
O primeiro problema que surge quando se começa a aprender o Jazz são os professores. Embrionários trompetistas perguntam-me muitas vezes: "Deverei ter um professor clássico?" E aí temos uma pergunta de difícil resposta. É perigoso que alguém começe a dedicar-se a um instrumento sem qualquer espécie de instrução. Num ou noutro caso é possível que consiga escapar sem prejuízo. Mas no geral aprendendo por si próprios fazem-no de maneira errada e apanham hábitos desastrosos de que não podem desfazer-se. Por outro lado, um professor ortodoxo ensinará o método ortodoxo de tocar - o qual, é quase desnecessário dizer, é completamente diferente do método do Jazz. Começará logo por ensinar a ler música. E apesar de tal conhecimento interessar a um músico de Jazz, não é essencial. Pode mesmo ser um obstáculo se porventura se lhe dá demasiada importância. Um músico de Jazz deve ser capaz de improvisar. Deve saber reconhecer as melodias pelo ouvido, decorá-las e reproduzí-las no seu instrumento sem o auxílio de música escrita. Se este se torna dependente da música escrita antes de ter desenvolvido o ouvido e o talento de improvisação (se o tiver), é natural que descubra que não poderá tocar sem ter as notas espetadas à sua frente. E esse é o beijo da morte para o possível músico de Jazz. Também o professor ortodoxo insistirá numa técnica ortodoxa - tom puro sem vibrato, com precisão, etc. Se o pupilo sacudir o instrumento e reproduzir um rápido vibrato à Louis Armstrong, receberá uma advertência - e o mesmo acontecerá se começar a rosnar como Pee Wee Russell ou Tricky Sam Nanton.
O Jazz é o Jazz e a música ortodoxa é música ortodoxa. Jamais as duas coisas se encontrarão. Portanto companheiros, aprender o Jazz trabalhando primeiro a técnica ortodoxa é como tentar aprender francês por uma gramática russa. Infelizmente não existem professores de Jazz - ainda estão todos na fase de aprendizagem. Há alguns que ensinam execução de orquestra de dança, claro - mas não se aprende muito com eles.
E assim o que resta a fazer? Bem, para aprender um instrumento ou para começar uma orquestra, há uma base essencial a ambas as coisas: um gramofone e uma boa coleção de discos de Jazz. Por meio deste recurso deve-se meter na cabeça o som do Jazz antes de seja o que for. É a única maneira que temos de aprender o Jazz. Não vale a pena estudar papéis de música porque nenhum dos elementos essenciais do Jazz - tom hot, vibrato, notas blue, etc. - pode transmitir-se por escrito. Por razões mais óbvias não se pode aprender por um livro. A música de Jazz toca-se de ouvido - e deve ser aprendida de ouvido...

Deixem-me dar algumas sugestões práticas:
1. Ouçam Jazz o máximo possível em discos e metam o som na cabeça;

2. Se estão a começar com um instrumento, aprendam os rudimentos de sopro ou de dedilhar, ou com um professor ou com um livro impresso. Se forem a um professor não deixem que ele os desviem ensinando a tocar do modo ortodoxo - tudo o que precisam é conhecer a maneira correta de soprar o instrumento e de dedilhar as notas;

3. Logo que consigam arranhar uma melodia no instrumento, comecem a tocar Jazz - apanhem músicas da sua coleção de discos e experimentem obtê-los no instrumento, conservando na mente a sonoridade e o fraseado do Jazz. Toquem um disco num tom fácil e colaborem nele - farão um barulho horrível e a família toda ficará doida, mas não deixem que uma coisa tão insignificante os desencoraje;

4. Quando quiserem montar uma orquetra, façam os seus primeiros ensaios experimentais à volta de um disco. Cada músico deve estudar a parte que o seu instrumento toca no conjunto e aprender a tocá-la por si só e de ouvido. Não tenham medo de imitar. Tirem bocados inteiros de conjuntos de discos e copiem-nos nota por nota, instrumento por instrumento. Depois experimentem uma melodia sozinhos, aplicando os mesmos princípios. Como aprender uma melodia? Só há uma maneira - outra vez de ouvido. O trompetista deve ser capaz de tocar a melodia logo de memória, aplicando o seu próprio fraseado e variações. O trombonista deve desenvolver o ouvido para a harmonia, de modo a poder dar assim as notas baixas corretamente. E o clarinete deve combinar um sentimento pela melodia e pela harmonia para que possa entrelaçar uma melodia independente à volta do lead do trompete sem com ele se chocar, e assim por diante. Cada instrumento numa orquestra de Jazz tem um papel a realizar - e esse papel está nas gravações das grandes orquestras do presente e do passado. Um último aviso sombrio: se, depois de tentativas persistentes, descobrirem que não tem talento para apanhar a melodia de ouvido, duvido que a suas ambições de músicos de Jazz possam resistir a essa sentença de morte: Não há método alternativo - a improvisação, a arte de tocar de ouvido, de fazer a sua música à medida que forem andando é o princípio e o fim do Jazz.


"Não basta eu me trancar numa sala de música com meu piano, e passar dois meses tocando Chopin, para dizer que posso tocar a sua obra. São necessários anos de prática. Assim, acho graça quando leio que um músico decidiu dar uma guinada e passou a tocar Jazz de uma hora para outra. Ele não foi a parte alguma, apenas enganou os incautos que agora toca Jazz". - OSCAR PETERSON

"A maioria dos músicos de Jazz modifica o som básico de um instrumento". - GIL EVANS



"A música é a sua experiência, seus pensamentos, sua sabedoria. Se você não a vivencia, ele não sairá de seu instrumento." - CHARLIE PARKER

"Tenho feito música por toda a minha vida, e assim todos os dias quando me levanto, eu espero que a música seja parte dela." - GEORGE BENSON


"A coisa mais importante que procuro em um músico é se ele sabe ouvir." - DUKE ELLINGTON

"Mantenha-se à procura desse som que você ouve em sua cabeça até que ele se torne uma realidade". - BILL EVANS

"Um grande professor estimula a criatividade do seu aluno o suficiente para que ele saia por aí e encontre as próprias respostas." - HERBIE HANCOCK


"O improviso é apenas um dos elementos do Jazz, que inclui sonoridades, timbres, melodia, ritmo e fraseado específicos. Jazz requer vivência, longa prática, experiência, familiaridade e dedicação contínua". - AUGUSTO SENNA